Estado – Nos últimos dias, Santa Catarina e o Brasil conviveram com o alerta da gripe aviária, após o primeiro caso confirmado em produção comercial. Santa Catarina também apresentou três suspeitas, todas descartadas para a presença de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). O primeiro, na cidade de Ipumirim. Os outros dois nos municípios de Tigrinhos e Concórdia, envolvendo aves de subsistência – fundo de quintal. Mesmo livre da influenza, o Governo do Estado mantém reforçada uma rede integrada de monitoramento, fiscalização e orientação.
O trabalho de manutenção da sanidade animal catarinense envolve Secretaria de Estado da Agricultura e Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), que coordena a rede integrada de monitoramento, fiscalização e alerta. O controle rigoroso em toda a cadeia produtiva é um dos diferenciais da agropecuária catarinense, reconhecida nacional e internacionalmente. O Governo de Santa Catarina, por meio da Defesa Sanitária Animal, atua de forma conjunta com a cadeia produtiva avícola para preservar e fortalecer o agronegócio estadual.
“A gripe aviária é uma doença de notificação obrigatória. Existe um protocolo de controle em situação de rotina que é cumprido no país inteiro por todos os estados, e em Santa Catarina pela Cidasc. Nós fazemos a vigilância da circulação de vírus, coletando material em granjas de produção comercial e de subsistência também para ver se está havendo a circulação viral. Isso é feito por amostragem constantemente. Já a notificação é o aviso que vem das empresas integradoras ou do produtor rural, de quem quer que seja da sociedade, que chama a Cidasc quando há uma mortalidade superior a 10% num plantel de aves, o que indica possivelmente uma doença de forte impacto zootécnico”, explica a presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos.
Postos fixos de fiscalização agropecuária
Ainda dentro dos cuidados de rotina, existe a vigilância de trânsito. Tudo que entra no estado, de todas as espécies, inclusive na avicultura comercial, a Postos Fixos de Fiscalização (PFFs) Agropecuária da Cidasc nas divisas com os estados do Rio Grande do Sul e do Paraná. Nos PFFs trabalham profissionais capacitados, 24 horas por dia, sete dias da semana, nos 365 dias do ano. O Governo do Estado mantém uma vigilância constante para prevenir a introdução de doenças, que colocam em risco a sanidade e os interesses econômicos do estado.
“Nesta situação que estamos vivendo do primeiro foco em aves comerciais nós intensificamos o serviço da equipe que está lá nessas barreiras de divisa, tanto a fixa, quanto a móvel. Estamos mais ainda presentes nas rodovias, verificando as cargas, os documentos, a procedência. As cargas que vierem da região próxima aos focos, a Cidasc autorizou a agem de material genético, pintinhos e ovos embrionados. Essas cargas vão ar lacradas. Só entram assim no estado. Só deslacra na saída e há um termo também de compromisso com a empresa de que essa carga não será aberta dentro do estado de Santa Catarina”, complementa Celles.
Durante os dias em que as suspeitas vigoraram, um grupo de médicos veterinários da Cidasc ou a trabalhar de dentro de uma sala de monitoramento. O espaço traz em tempo real a circulação de animais comercializáveis por Santa Catarina. Em qualquer caso fora do comum, uma equipe cai na estrada por todo o estado para verificar do que se trata e que cuidados devem ser tomados.
Consumo de frango
A Cidasc esclarece que não há risco para o ser humano com relação ao consumo de aves ou ovos. “Não há qualquer dado científico que indique perigo de contrair influenza aviária consumindo carne de ave ou ovos. Então, é seguro, pode comer carne de aves, pode comer ovos que não vai contrair influenza aviária de alta patogenicidade. Qual é o cuidado? Não se deve manipular aves doentes, não se deve manipular aves mortas, porque não se sabe do que morreram. Este contato manual, esta proximidade, é que pode transmitir aos mamíferos e ao homem também a influência aviária”, finaliza.